O livro Horror Noire, de Robin R. Means Coleman, da DarkSide Books, traz um amplo estudo sobre a presença negra no cinema americano desde o seu surgimento. Elas nos leva dos primórdios, onde muitos registros se perderam (devido a vários fatores), até os dias atuais, com toda a gama de maquinários e efeitos especiais que temos. Essa viagem é feita com o foco na presença negra nesses filmes, seja como atores e cineastas ou até mesmo nas questões raciais, como acontecia nos primeiros filmes.
A autora constata com sua pesquisa como os filmes, desde sua origem, serviram como arma de intensificação do racismo, mas paralelamente também criaram uma mentalidade de resistência racial que aos poucos vai se intensificando. Essa resistência, inicialmente pequena e tímida, começa a ganhar força apoiada nos vários movimentos sociais que buscavam reflexão e luta contra o racismo. Como a arte espelha a situação sócio-política, não poderia ser diferente com o cinema.
O livro é ágil e nos conduz em um tour pelos títulos de filmes de horror que, ajudando ou não a causa negra, faz diálogo direto com o estudo. Sem dúvida alguma uma fonte rica de material, tanto para cinéfilos como para interessados apenas no tema racial que desejam trilhar uma análise detalhada de como o racismo, como projeto, está inserido em muitas demonstrações artísticas sem sequer ser notado.
Não esperava uma leitura tão interessante e uma reflexão tão profunda sobre o tema do racismo. Muito do que ela levanta, nem mesmo imaginava e, adorei entender um pouco mais sobre a complexidade do tema. A DarkSide Books nos presenteia dessa forma não somente com livros que contam histórias terríveis e ficcionais, mas também com livros que nos trazem reflexões sobre assuntos onde o horror está presente, talvez da pior maneira possível, de forma que nenhum autor jamais conseguirá reproduzir: a real.
O gênero do horror, a cada leitura que faço, transforma-se não só em entretenimento mas mostra-se terreno fértil para o surgimento de reflexões sociais profundas. Vejo e espero que o amadurecimento no uso do gênero literário nos presenteie futuramente com mais estudos como o que temos em Horror Noire.
Ao terminar o livro, constato como essa leitura torna-se obrigatória para uma reflexão contínua e sadia, nos ajudando na caminhada para nos tornarmos melhores como seres humanos.
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Quero ler!!!!
Está a sua disposição minha amiga!
Muito interessante mesmo! Já entrou na minha lista de leitura obrigatória!
Realmente um título a ser lembrado e indicado aos que querem conhecer mais sobre cinema, racismo e luta. Indico muito porque aprendi muito!