Meu encontro com Algernon Blackwood se deu unicamente por este livro A Casa do Passado, da Editora Record, organizado e traduzido por Heloisa Seixas. Apesar do livro ser de 2001, minha leitura só aconteceu em fevereiro de 2009. Retorno à este livro dez anos depois para o reler e me deparar com seus dez contos frutos da maestria de Algernon Blackwood.

H.P. Lovecraft quem indicou esta leitura, através de seu livro Horror Sobrenatural na Literatura. Este livro foi, inegavelmente, meu primeiro manual pelo gótico e pelo horror. Os elogios de Lovecraft ao gênio de Blackwood certamente não são poucos. Sem dúvida ele eleva o autor ao patamar que merece. Ademais, suas histórias nos prendem do início ao fim, sem qualquer alívio para respirar.
Os contos da obra
No primeiro conto O quarto ocupado você já percebe que não está com um livro qualquer em mãos. O conto te prende em um quarto, onde tudo acontece em uma atmosfera claustrofóbica.
Decerto, todas as demais histórias são muito boas. Elas seguem não só na linha do terrível, mas também apresentam uma atmosfera mística e fantástica como nos contos A Ala Norte, As Asas de Hórus e A casa do passado. Destes, apenas As Asas de Hórus traz alguma dose de tensão que esbarra no horror mas nem por isso, menos especial.
No conto A boneca o horror se mostra certamente terrível e intenso. Uma ameaça sobrenatural ronda uma menina completamente indefesa e todos que a cercam em um desenrolar bastante tenso. Um dos melhores contos do livro, sem dúvida.
Já em Lobo andarilho, O homem que era Milligan e o Cúmplice vemos relatos que lembram aliás, episódios da série Além da Imaginação com seus finais surpreendentes, estranhos e inquietantes. A série ficou famosa pelos episódios que levavam o telespectador a reflexões profundas após tramas estranhas e finais insólitos.
No conto O caso Pikestaffe vemos traços claros de uma ficção científica, que sempre casa muito bem em relatos de horror. A tensão da ignorância ao ser confrontada com a ciência e seu uso além de limites seguros, sempre nos trará calafrios.
Os Salgueiros
Ao final, temos o seu mais famoso conto: Os salgueiros. Comentado pelo próprio H.P. Lovecraft como o melhor conto de horror já escrito. A capacidade descritiva de Blackwood realmente atinge seu ápice ao conseguir criar um clima completamente terrível em um espaço aberto. Esta descrição acaba por deixar o leitor preso ao texto, bem como completamente aterrorizado.

Dos dez contos desta coletânea os que mais gostei foram O quarto ocupado, A boneca, Lobo andarilho, A ala Norte e Os salgueiros. Os outros também são excelentes e não devem ser menosprezados de forma alguma.
Terminado o livro, o que percebo claramente é a plasticidade da escrita de Blackwood. Seus contos seguem do estranho ao terrível, do místico ao assustador. Eles não precisam do confinamento em espaços escuros para aterrorizar como vemos no ultimo conto Os salgueiros.
Considerações finais
Isso mostra sua maestria enquanto escritor, certamente um nome que deve lido sempre que pudermos. Suas criações nos levam ao sonhar tão facilmente quanto nos paralisa de medo, seja através de uma simplória boneca ou visões de uma simples árvore.
Entretanto, ele ainda não é conhecido pelos brasileiros como são H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe. Espero que mais e mais leitores de fato busquem seus textos e que os nossos tradutores tragam suas obras para o português. Com toda a certeza, isso permitiria que Algernon Blackwood fosse muito mais lido e conhecido em nosso país, engrandecendo nossa coletânea de autores de peso. Fica a dica para as editoras e aos interessados.
Por ora, olho meu livro e percebo como ele hoje é uma peça rara. Que bom ter alguma coisa de Algernon Blackwood para ler. Infelizmente esse livro encontra-se esgotado, no lançamento dessa resenha, e a melhor opção de compra serão os sebos.
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P. S.: a resenha de amanhã é bem sinistra!