Como descobri Kindred
Kindred, de Octavia E. Butler, foi uma indicação que a escritora Stephanie Borges fez durante o encontro do Clube Literário da minha amiga Frini Georgakopoulos, na Livraria Saraiva do Shopping Rio Sul, aqui do Rio de Janeiro, em 2019, que participou.
Comentando com a platéia sobre questões raciais dentro do tópico de racismo, ela indicou alguns bons livros que tratam do tema, principalmente dentro do horror, citando Kindred e A Balada do Black Tom (leia nossa resenha desse livro aqui).
Vale comentar que Clubes Literários, dentre várias funções, certamente acabam aproximando o autor do público. Indico à todos que participem dos que possam existir por perto de sua casa ou trabalho. O clube da Frini é um dos melhores exemplos de como o fomento de literatura é engrandecedor para todos que participam.
A publicação foi feita pela Editora Morro Branco e a tradução foi feita por Carolina Caires Coelho. Inegavelmente vale ficar de olho nas publicações dessa editora!
Encontrando Octavia E. Butler
Talvez esta seja a melhor forma de começar essa resenha. Ler Kindred foi sim um encontro com Octavia E. Butler. Seu texto é ágil e fácil, além de ser incrivelmente gostoso de ler. É assim tão bom que o leitor fica preso ao livro sem querer parar. Comigo também foi assim. Em dois dias tinha devorado quatrocentas e muitas páginas, sem perceber.
Certamente lerei mais suas obras. Não é possível se limitar à apenas um livro. A sensação final é de estar recebendo uma velha amiga para uma excelente conversa.
A história
Em Kindred temos Dana, uma mulher negra, e seu marido, tocando suas vidas em 1976. Entretanto, do nada ela é acometida de tonturas e desmaia. Ao voltar a si, ela está em um lugar completamente diferente, diante de pessoas estranhas e sotaques esquisitos. Sua primeira experiência nesse novo lugar envolve o resgate de um menino que se afogava e por isso ela acaba por selar sua história.
Da mesma forma que ela foi transportada inicialmente, ela retorna para casa, sem muita explicação. Com efeito isso se repete e durante a história descobrimos que esse local, para onde ela viaja, nada mais é do que o sul dos EUA. O único problema é que ela também viajou no tempo e se encontra durante a época da escravidão.
Dessa forma a história caminha pelas experiências de Dana nesse tempo antigo. Forçada a vivenciar os absurdos da escravidão que os negros sofreram nas mãos de fazendeiros e capatazes, Butler destrincha a escravidão de uma forma insólita utilizando o olhar crítico de uma pessoa negra e moderna, que testemunha e sofre os absurdos cruéis de uma época triste na história mundial, com isso criando um ponto de reflexão completamente único e incrivelmente atual através de sua narrativa.
Ficção Científica ou Terror?
Ambos! Foi exatamente esse o ponto que me atraiu para esse livro. O comentário de Stephanie Borges sobre a visão dela dessa história, enquanto uma mulher negra, só me deixou mais curioso. A situação toda vivida por Dana, a protagonista, pode sim ser vista como uma história de horror para um negro.
Ao leitor, Butler deixa a reflexão muito bem construída do racismo. Difícil demais não se solidarizar, refletir e se emocionar com todo o relato.
Obrigado Stephanie por sua indicação. Ler Kindred foi uma das grandes experiências que já tive em minha vida de leitor. Alguns livros mexem conosco porém esse te transforma por completo. É incrível!
Preciso me encontrar mais com Octavia E. Butler. Faz bem à alma!
Boa leitura!
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Não lembro como Kindred entrou na minha vida, mas sou grata porque me fez conhecer uma autora de escrita tão maravilhosa.
Eu amei essa história, é impossível não se solidarizar com a Dana e que final!
Amo demais essa história.
Sim, Kindred foi o meu encontro com ela. Dali brotou meu amor pela forma dela contar histórias.