Tive o prazer de conhecer o artista Caio Sales no evento Fuzuê Nerd 2020. Quem nos apresentou foi minha amiga Lígia Colares, que me indicou ver o trabalho de Sales.
Suas artes me chamaram atenção pela semelhança com desenhos antigos de exploradores e naturalistas, enquanto datavam e catalogavam a fauna e flora que encontravam em suas viagens. No caso de Caio Sales a fauna é completamente fantástica!

Muito mais do que um simples desenho, Sales enveredou por uma pesquisa enorme pelas lendas desconhecidas de países como Equador, Bahamas e muitos outros.

Seu trabalho é muito bem feito e sua pesquisa agrega muito valor em todas as criaturas míticas que ele nos apresenta. Como jogador de RPG me vi apreciando um seleto bestiário de seres completamente desconhecidos para mim.
Vejam um pouco mais de suas criações abaixo:
Obviamente seu trabalho como ilustrador vai além, como vocês puderam conferir nas imagens acima. Devo admitir entretanto que foram suas bestas míticas que prenderam minha atenção e imaginação.
Fico pensando em um livro com essas ilustrações e boas informações de cada uma delas ajudando curiosos e mestres de RPG a melhorar uma boa ambientação de Chamado de Cthulhu.
O artista por ele mesmo
Ilustrador e escritor, me chamo Caio Sales e sou colunista do jornal Gazeta Bragantina, falando sobre Mitos e Lendas que permeiam o imaginário popular – especialmente o folclore brasileiro. Criador do blog My Creature Now, sobre Criaturas Mitológicas e Lendas Urbanas do mundo todo, também possuo loja virtual na plataforma Elo7, onde vendo minhas obras como ilustrador.
Meu trabalho não conversa apenas com o folclore brasileiro, mas também com o folclore mundial, como lendas caribenhas, aborígenes, entre outras menos citadas. Produzo textos e ilustrações, com a temática lendária, que abrangem diversos mitos e envolvem criaturas de diferentes culturas, incluindo seres da criptozoologia e ufologia. Busco trabalhar com todas as mitologias, principalmente aquelas não tão divulgadas, como uma forma de agregar culturalmente com diversidade. O interesse por criaturas sempre existiu, com grande contribuição da animação do Hércules, Disney (1997), na vertente mitológica.
Apesar da paixão pela mitologia grega, evidenciada agora há pouco, além da nórdica, percebi uma certa carência de material nas livrarias quando se trata de culturas menos difundidas, porém ricas. Foi quando surgiu o embrião da ideia sobre iniciar trabalhos de pesquisa para ilustrar outras lendas, sendo elas da África, das Américas, da Ásia, da Oceania, da Antártida, até mesmo aquelas menos conhecidas da Europa, ou relatos sobre seres de outros planetas. No Instagram, percebo que os seguidores de outros países ficam muito felizes ao ver sua cultura representada, isso ocorreu bastante com minhas ilustrações sobre folclore paraguaio e africano.
Nos quadrinhos, autores como Neil Gaiman (Sandman) e Mike Mignola (Hellboy) são grandes influências para o meu trabalho, dentro do gênero. Ambos trabalham com a temática de forma ampla e variada, sendo uma fonte de inspiração. Me inspiro em obras como Dylan Dog e Planetary no quesito missões e resoluções de casos. Gosto muito do Etrigan de Garth Ennis também. Além, claro, das influências dos mangás, em especial Yu Yu Hakusho com seus youkais e sua tônica de detetive espiritual. Ainda, as séries animadas dos Gárgulas e dos Homens de Preto, além dos episódios de Martin Mystery, também evidenciam esse lado narrativo do fantástico e sobrenatural que tanto gosto. Apesar da paixão e da prática por arte me acompanharem desde a infância, de forma autodidata, apenas em abril de 2019 dei início à jornada como ilustrador e escritor.
Aficionado pela estética dos filmes de Tim Burton e Guillermo del Toro, e pelas excelentes referências e cenas de combate de Genndy Tartakovsky – em especial com Samurai Jack, minha animação favorita. Meu primeiro contato marcante com arte foi pelas obras do paleoartista Mark Hallett, no qual com 4 anos tentava copiar as incríveis ilustrações de dinossauros feitas por ele; sem sucesso, obviamente. Atualmente sou bastante influenciado por duas artistas europeias: Collette J. Ellis, e Sophy Fredriksson. Fortemente inspirado também pelos incríveis trabalhos do filipino Kerby Rosanes e do dinamarquês John Kenn Mortensen.
Minha arte é feita de forma tradicional, partindo para o digital apenas no momento da coloração. A maioria dos meus originais tem em média um metro de largura e/ou comprimento. Procuro me aplicar da melhor forma possível na composição das criaturas, coletando apenas suas descrições a partir do que foi escrito sobre as lendas, para criar o design dos monstros a partir delas, tentando evitar referencias visuais. Gosto de produzir ouvindo música, especialmente Iron Maiden, ou então trilhas sonoras que remetem à cultura de origem da lenda que estou desenhando naquele momento.
Nesse caminho, acompanhado por minhas criaturas, tenho participado de Artists’ Alleys e produzi duas publicações independentes: Os Filhos de Tau e Kerana, sobre a lenda paraguaia de mesmo nome, que é calcada na Mitologia Guarani, além da obra Missões Continentais, trabalhando o folclore de todos os continentes em pequenas histórias com personagens próprios. Meu trabalho mais recente foi lançado pela Skript Editora dentro da antologia de terror intitulada “Pândega”, com a história em quadrinhos Ameaça Africana. Roteirizei e ilustrei a história, que se passa na Nigéria, onde uma criptozoóloga vai em busca de informações para comprovar a existência de uma criatura do folclore africano. Atualmente estou trabalhando em um projeto pessoal acerca do folclore japonês, com lançamento previsto para o primeiro semestre deste ano.

Caio Sales
Cidade: Bragança Paulista/SP
Email: contato.caiosalesart@gmail.com
Mídias Sociais do artista:
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