Já não era sem tempo para mim
Consegui finalmente ver o filme A Cor que Caiu do Espaço, filme lançado em 2019, dirigido por Richard Stanley, roteiro de Scarlett Amaris que adaptou o conto homônimo de H. P. Lovecraft, estrelado por Nicolas Cage e Joely Richardson em um grande elenco. Tenho de admitir que fiquei surpreso.
Uma grata surpresa
Cheguei a fazer uma análise entre o conto e o trailer aqui no blog (leia o artigo aqui). A adaptação do conto A Cor que Caiu do Espaço, de H. P. Lovecraft para o filme homônimo não ficou ruim. Na verdade, me agradou bastante.

A questão da representação da tal cor que não é uma cor, era o que mais achava perigoso, com grandes chances de acabar mal por terem optado por um filme colorido. Não acaba e na verdade ficou muito bem bolado.
Fenômeno e númeno
De acordo com Nathalia Sorgon Scotuzzi em seu livro Relances Vertiginosos do Desconhecido: a Desolação da Ciência em H. P. Lovecraft (leia nossa resenha aqui), nossos limitados sentidos nos dão uma ideia muito restrita da realidade. Portanto, para ela nossa interpretação da realidade se dá por intermédio de nossos cinco sentidos, chamado de fenômeno. Mesmo que tivéssemos mais sentidos, ainda assim não entenderíamos o todo, o que ela comenta ser o númeno.
Esse conceito é fundamental para o entendimento do horror cósmico. No filme vemos claramente o desnudar de uma realidade traumática a todos que se deparam com ela. Não conseguimos conceber toda essa informação e, nesse momento, a mente quebra. Na minha avaliação, o filme consegue claramente trazer essa questão ao desenvolver bem o conceito de que existem coisas com as quais não estamos preparados para lidar.

O roxo que não é roxo
O roxo é um elemento presente que toma a tela aos poucos, mas ele não é a única cor. Os produtores tiveram uma sacada muito boa de brincar com reflexos e fachos de luzes, criando sempre um aspecto estranho do que era mostrado. A imagem sempre se altera com uma miríade de efeitos e nossa visão se compromete, o que é importante, para que possamos entender o problema.

De acordo com H. P. Lovecraft, nossa limitação sensorial é a barreira e o limite de segurança de nosso entendimento do cosmos. Quando no filme são utilizados recursos visuais que nos fazem ver outros espectros de luz, nós podemos perceber como somos dependentes dos sentidos embora eles sejam realmente limitados.
O filme nos conduz por uma série de eventos estranhos e logo percebemos que tudo está, de certa forma, contaminado. Exatamente esse contágio invisível que permite descobrir a existência de muita coisa diferente e absurdamente indizível. Tudo começa bem sutil, terminando de forma gritante e exagerada. Isso me agradou bastante.
Adaptação do conto
As atuações dos atores não são estupendas, mas estão longe de estarem ruins. Vemos sim uma típica família com sua vida comum. Isso é um fator importante para a adaptação do conto, pois Lovecraft descreve sua história através dos olhos de uma pessoa de fora desse núcleo familiar o qual não se apresenta. No filme esse papel narrativo reside na figura do personagem Ward, interpretado por Elliot Knight.
Os personagens descritos no conto são pessoas normais que você encontra em seu dia a dia. O filme leva isso em consideração, o que lhe dá coerência. Foi um ponto muito legal de perceber na adaptação.
Mesmo a opção por uma época mais atual não acarretou ao meu ver nenhum problema.
Conclusões finais
Um filme que precisa ser visto sim! Pode não agradar a todos, mas dou a mão à palmatória e reconheço que ele conseguiu passar as ideias que H. P. Lovecraft criou.
O surgimento de mais filmes que adaptam os contos de Lovecraft é importante. A cada novo filme, a obra se torna mais presente, consequentemente abrindo mais espaço histórias de horror acabam ganhando.
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Tenso demais!!!! É muito bom!
Confesso que eu esperava uma bomba e não foi. Foi muito bom mesmo!