Wieland ou a Transformação, de Charles Brockden Brown

Uma leitura que eu aguardava ansioso

Depois da live que fiz com a querida Úrsula Antunes, eu fiquei muito curioso sobre a história de Wieland ou a Transformação, de Charles Brockden Brown. Ela foi uma das preparadoras de texto, tendo acesso ao livro. Suas dicas sobre o rumo do enredo eram incríveis e certamente instigantes.

Mulher e homem parados em frente a igreja em chamas. Eles estão vestidos com roupas de época.
Wieland – Charles Brockden Brown – Editora Diário Macabro

Com tradução de Nathalia Sorgon Scotuzzi e Mimi Zanetti, esta obra é um dos lançamentos de 2020 da Editora Diário Macabro. O livro é um importante representante do gótico não apenas pelo estilo, como também pelo debute de ter sido o primeiro romance gótico americano.

Bons extras engrandecem a obra

Prefácio

Certamente devemos começar falando do prefácio Wieland e o gótico norte-americano, escrito por Cido Rossi, onde ganhamos não só o entendimento da importância da obra, assim como percebemos de que forma o gótico americano se diferencia do europeu. Excelente paratexto sem dúvida alguma.

Posfácio

Ao final, temos o posfácio Do horror percebido (Wieland e a sina da decepção dos sentidos), de Alcebíades Diniz Miguel. Um texto muito denso sobre a obra, analisando-a em detalhes incríveis. Alcebíades esmiúça com precisão cirúrgica cada pedaço da história, nos ajudando a perceber que Charles Brockden Brown escreveu muito mais do que um simples livro. Uma leitura muito interessante para ser feita devagar, após o término do livro e cheia de boas reflexões.

Chegamos em Mettigen, o palco da desgraça

Como comentamos acima, existem diferenças entre o gótico americano e o gótico europeu. Os castelos e fortalezas dão lugar a espaços abertos de uma américa em processo de conquista. Mettigen é o lar onde os eventos que afligem a família Wieland ganharão espaço. Uma enorme propriedade onde todos os Wieland fazem morada, mesmo que em casas separadas.

Primeiramente vale começar pelo estranho caso do Wieland pai, vítima de uma inexplicável e sem dúvida alguma inusitada combustão espontânea. Este pequeno fato, sinistro por si só, sela o destino da família. Como resultado os caminhos dos filhos parecem carregados por esta sombra, porém eventos absurdamente mais estranhos vão persegui-los pela vida.

Uma leitura está carregada de culpa, relações familiares e humanas conturbadas, um pesado ranço religioso e muitas críticas à sociedade da época. De fato é o mesmo cunho religioso que vemos nos dias atuais e, se não é fácil hoje, imagina há época.

Considerações finais

Com toda a certeza temos sorte de viver um resgate literário desta magnitude. Editoras independentes como a Diário Macabro vem trabalhando incansavelmente para trazer o melhor ao público brasileiro. Não apenas na qualidade, mas também na diversidade, eles estão criando a oportunidade para que saibamos mais e, com isso, possamos crescer.

Imagem em sépia de Charles Brockden Brown
Charles Brockden Brown – Escritor – Canto do Gárgula

O imaginário brasileiro ganha demais em poder comparar seus próprios textos com obras como esta. Paralelos e diferenças são identificadas e assim vamos nos aprimorando. Em suma, um livro que os amantes do gótico e do horror devem ler.

Boa leitura!

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