O Testamento de Magdalen Blair, de Aleister Crowley

Uma pequena pérola

Vocês não imaginam a minha surpresa ao ler O Testamento de Magdalen Blair, de Aleister Crowley, publicação da Editora Legatus. Seu tamanho diminuto esconde sua grandiosidade e inegavelmente esta é uma obra de enorme qualidade.

Com tradução de Giancarlo D’Anello, que por sua vez também assina o posfácio, é um grato achado que a Editora Legatus traz para nós. Este inclusive é o seu debute aqui no blog e ficamos muito felizes em poder indicar uma editora que vem desempenhando um trabalho digno de nota.

Com grandes poderes, grandes terrores

Nossa protagonista e narradora, Magdalen Blair, faz o incrível e certamente dantesco relato da sua vida de casada. Entretanto, não pense que seu marido é ruim, pois não é. Pelo contrário, eles têm uma vida muito boa e feliz.

Desde cedo a jovem Blair percebeu ter dons mentais incríveis. Ela possui uma espécie de telepatia, estudada por seu marido, por mais fantástica que seja, só funciona realmente com quem ela tem algum laço maior.

Neste momento você deve estar se perguntando onde está o horror. Pois é exatamente neste ponto que Crowley mostra o poder de seu texto. A maravilha de seu dom é igualmente sua ruína. Presa em um elo empático, ela vivencia o que ninguém poderia imaginar, caindo em uma experiência tétrica de horror cósmico. O texto é uma pérola do horror cósmico e certamente vale a leitura pelos fãs do gênero.

Não pude deixar de me lembrar de O estranho caso do Sr. Valdemar, de Edgar Allan Poe, o que se confirmou no excelente posfácio. Certamente existem muitas semelhanças entre as duas obras. As ilustrações internas e o projeto gráfico é outra nota que devo fazer – lindíssimos. Um livro que dá inegavelmente gosto de ler pela experiência proporcionada.

Considerações finais

Fico feliz de me deparar com uma obra de tal qualidade. Venho acompanhando o trabalho da Editora Legatus pelo Instagram e hoje posso dar um testemunho maior e mais balizado deste labor editorial.

Fica a dica de uma leitura que vai te prender, talvez até mesmo mexer com seus nervos. Imaginar o que Blair viveu é muito perturbador e o final não alivia a tensão de forma alguma. 

Por um acaso esta resenha sai na mesma semana onde fomos agraciados como parceiros da Editora Legatus. É uma grande honra poder divulgar o trabalho deles desta forma.

Boa leitura!

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