Que história incrível!
Você que chega nesta resenha de A Freira Sangrenta do Mosteiro de Santa Catarina, de T. I. Horsley Curties, contudo, esteja desde já avisado que ela é o desfecho da história que se inicia no blue books previamente resenhado As Ruínas da Abadia de Fitz-Martin, do mesmo autor. Faça a leitura da primeira resenha antes de seguir por esta.
Já que todos os avisos foram dados, seguimos em frente. Com tradução de Carlos Primati e apresentação de Cid Vale Ferreira, este é o quarto volume dos livretos do Clube de Assinaturas Raridades do Conto Gótico. Somos categóricos ao indicar sua filiação a este clube dada suas vantagens e benefícios.
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E agora chegamos ao fim!
Esta história, também de 1801, apesar de ligada ao livreto anterior, foi escrita separadamente da mesma. O querido Cid Vale, em sua apresentação discorre sobre as origens de ambas as histórias, localizando-as temporalmente na obra de Curties. Daqui em diante, possíveis spoilers podem aparecer.

Abrindo o manuscrito
Temos agora a leitura do manuscrito, encontrado nos momentos finais da primeira história (leia nossa resenha aqui). Este elemento, bem conhecido dos leitores modernos, garante verossimilhança à obra, conforme salienta Cid Vale.
Os fatos que o texto dos velhos papéis traz à luz em resumo mostram o triste destino da jovem Anna. Enganada, aterrorizada, perseguida e torturada, sua morte apenas sem dúvida representou um passo e não um fim.
A força de seu ódio e infortúnios que viveu deram a sua atormentada alma poderes para então se vingar. Incrivelmente duro este relato, que fará as almas mais gélidas a sentir pena daqueles personagens.
Considerações finais
Em conclusão, temos um término digno de nota: não existe final feliz. Ambos os blue books e, principalmente este, dão ao leitor uma visão que certamente não imaginava do terror.
O destino de mulheres durante séculos foi decidido por homens podres como Vortimer ou pelo clero maldito que se amparava por leis divinas para levar o terror. Qualquer semelhança com o que vemos hoje, não é coincidência alguma. O terror da jovem Anna certamente ainda ecoa na vida de inúmeras mulheres nos dias de hoje.

Um texto de 1801 absurdamente atual, que nos alerta aos perigos deste poder desmedido sobre o corpo e a vida de outras pessoas. Reflexões importantes que o gótico traz e propaga pelos gêneros aos quais ascende.
Uma leitura dura, porém importante.
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