Depois de Neonomicon…
Termino o primeiro volume do quadrinho Providence, de Alan Moore, um pouco decepcionado. Com roteiro escrito por Moore e desenhos de Jacen Burrows, ao meu ver a história se perde em tantas referências.
Publicação da Editora Panini com tradução de Hector Lima e Levi Trindade, esta é uma edição bela, em capa dura, que representa a segunda incursão de Moore pelo universo Lovecraftiano. Ganhei este exemplar de presente da querida Jéssica Loureiro, em um amigo oculto.
…chegamos em Providence!
Providence é uma volta ao universo de H. P. Lovecraft, depois da polêmica Neonomicon (leia nossa resenha aqui). Dividida em três volumes encadernados aqui no Brasil, a história mostra a investigação que o repórter Robert Black fez logo após perder uma pessoa muito querida.
O repórter Robert Black, o protagonista da trama, é baseado no escritor Robert Bloch. Como a história se passa em 1919, Moore faz conexões passadas com Neonomicon, respondendo algumas questões do quadrinho polêmico. Black é um homossexual que vive uma série de dilemas e preocupações, tentando manter sua vida particular longe dos olhares críticos de uma sociedade que não aceita sua orientação, enquanto tenta manter sua carreira de escritor. .
Em meio as questões pessoais do personagem, como o suicídio de um amigo que acaba por mexer demais com Black, a história se encaminha para uma interessante investigação. Como já se era esperado, coisas estranhas vão sendo mostradas e lugares esquisitos vão surgindo. Com o desenrolar dos fatos Robert Black vai tecendo suas teorias e juntando as peças que aparecem.
Durante a narrativa o diário pessoal de Black é apresentado ao leitor, que se torna assim confidente do escritor. O recurso do diário é interessante, mas cansa depois de um tempo, pois suas entradas são grandes, quebrando bem o ritmo da leitura do enredo.

A arte de Jacen Burrows é sem dúvida alguma um show à parte nesta obra e agrega muito ao roteiro. Ela dá um sentido de ordem dentro do enredo que começa a mostrar o caos escondido.
Referências e mais referências
As referências são inúmeras dentro da história e todo leitor que se aventura nas criações de Alan Moore já sabe (ou deveria) que terá de buscar sites que lhe mostrem todos os easter eggs. Isso é uma faca de dois gumes ao final, pois algumas delas são bem legais, mas outras, nem tanto. Sem dúvida alguma é um grande trabalho criar tantas ligações, realmente digno de nota, mas pode cansar os leitores sem muita paciência de parar para pesquisar. Apesar de tudo, você pode ler sem se ligar ou saber sobre todas elas. Aqui tem um site que pode ajudar, mas está em inglês.
Ao meu ver, se tivessem colocado um extra final mostrando todas as várias referências, seria um adicional muito válido ao leitor. Acabaria engrandecendo a obra e dando maior respaldo de leitura. A Mythos Editora faz isso com Hellboy e funciona perfeitamente.
Considerações finais
A investigação acabou de começar e fatos da vida pessoal do protagonista se misturam com as pistas que ele vai descobrindo. Sua motivação inicial é bastante superficial, talvez até um pouco forçada, mas a história termina fisgando o leitor. Eu lerei de qualquer forma os três volumes!

Espero que melhore nos números seguintes, pois fiquei com uma impressão um tanto quanto enfadonha. Talvez seja apenas uma opinião minha, mas por querer mostrar tudo ao mesmo tempo, Moore se alonga demais e desnecessariamente. Um quadrinho para fãs, certamente.
Boa leitura!
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Gostei na primeira vez que li, mas agora preciso relê-lo.
Eu só acho chata a parte textual do diário. Quebra demais a leitura.