A produção
Mulheres vs Monstros é uma coletânea composta de onze artigos e onze contos publicados de forma independente e financiada pelo Catarse. Ela traz como temática principal a luta da mulher com um monstro que pode vir disfarçado de várias formas. Seja o pai, as doenças, a pobreza, a violência, o marido, o dogma, a traição, os acidentes, a fome ou a depressão.
O livro é organizado por Cláudia Lemes, projeto gráfico de Marina Ávila e ilustração do Pestmeester. A revisão ficou a cargo de Barbara Parente.

Artigos x contos
Nos artigos, os autores falam não somente sobre suas fontes de inspiração, mas também sobre o pano de fundo, metáforas e significados desses conflitos. Já nos contos, eles oferecem sua própria obra de ficção inspirada nessas histórias.
Os autores são inspirados por Ellen Ripley e o Xenomorph de Aliens, Laurie Strode e Michael Myers de Halloween, Eleven e o Demogorgon de Stranger Things, Nancy e Freddy Krueger de A Hora do Pesadelo e outros personagens icônicos como Barbarella, Babadook, o Monstro da Lagoa Negra, Medusa, Atena, Vampirella, Eleonor Vance e até a criatura da mitologia brasileira, o Papa Línguas.
Os contos que mais gostei
Comentarei um pouco sobre os contos que mais me chamaram a atenção durante esta leitura. Segue abaixo minha lista dos que mais me marcaram.
Estalo, Flávio Karras
Nesse conto temos a personagem principal no hospital por causa de uma queda da janela do seu apartamento e vemos ela conversando com uma “voz” indeterminada. Ela volta para casa e várias coisas estranhas acontecem, algumas parecendo até uma alucinação e a voz sempre por perto. A voz claramente é o monstro, mas o que ela é na realidade é certamente o mais impactante.
Uns trecos bizarros, Jana Bianchi
Aqui somos apresentados a um noviço que desvenda o rapto de uma criança tida como encarnação de um anjo. Tudo partindo da cabeça doentia do vigário que acha que vai acabar com o pecado em uma cidade do interior de São Paulo.
A história bebe no enredo de Stranger Things, porém percebe-se a diferença uma vez que trata do monstro da idolatria religiosa. Inegavelmente uma bela mistura de fantasia com ficção científica.
Nellie vai para casa, Oscar Nestarez
A mãe de Nellie morreu há alguns meses e desde então sua mente não para quieta. Quando se dá conta ela está vagando pelos cômodos escuros sem se deter em nenhum.
O que fazer quando toda noite visita uma parte da casa que quer esquecer e a vê se deteriorar? E pior, o que fazer quando essa visita causa danos físicos na manhã seguinte?
Sem dúvidas, essa foi a história que mais me perturbou. Muito boa e surpreendente!
Protocolo Atena, Denise Flaibam
O conto traz o mito da Medusa misturado com ficção científica, mostrando que não há limites quando se quer ser o principal numa pesquisa. Além do médico, há outro monstro e certamente é o que mais nos intriga.
Gostei muito do jogo com os nomes da mitologia e como a história se desenrolou.
Um invasor, Cláudia Lemes
Nessa história temos uma babá apaixonada por sua função. Temos aqui todo o teor de um filme de suspense/terror esperando o assassino saltar a qualquer momento, matando a mocinha. Porém, o grande diferencial é que essa mocinha está longe de ser indefesa. O plot da história é incrível!
Considerações finais
Em conclusão, o livro é uma ótima pedida para quem quer se aprofundar em histórias que representam o horror com um viés feminista. A obra retrata diversas violências machistas diárias e ao invés de trazer uma mocinha assustada, temos protagonistas em busca de “vingança”.

Ademais, é impossível que a leitora não sinta prazer ao ver a mulher enfrentando um homem ou uma situação abusiva. Entretanto, é importante ressaltar que os contos podem ser gatilhos para alguns leitores, uma vez que tratam sobre violência e abuso.
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