Um autor que não me canso de ler
Reler O Grande Deus Pã, de Arthur Machen, publicação da Editora Corvus, foi um deleite. Tanto pela bela edição, que é simples, mas eficaz, quanto pela novela em si.

Traduzida por Thais Rocha, o livro traz ainda uma introdução escrita pelo próprio Arthur Machen, um posfácio escrito por Rodrigo Kmiecik, além de dois contos extras do autor: O Clube Perdido e Fora da Terra.
Quem nos chama afinal, Machen ou o Pã?
Incrível retornar a uma obra tão importante como é O Grande Deus Pã, ainda tão desconhecida dos leitores brasileiros. Seu relato estranho, singular e único sempre deixa o leitor desconfiado de suas sombras.
Mas esta é talvez a maior característica da prosa de Machen. Sua escuridão sussurra o tempo ao leitor, buscando sua falha, seu medo ou sua corrupção. Como gosto de dizer, os textos do autor falam indiretamente por seus cantos escuros.
Na novela O Grande Deus Pã temos a prova da maestria dele como autor. Pervertendo a crença comum de que o mundo é apenas o que conhecemos, Machen nos leva por um caminho sem volta. Ele descortina um mundo invisível e esquecido, que ficará marcado no leitor por muito tempo.
Paratextos precisam ser lidos
Eu sou defensor contumaz dos paratextos. Sua existência é cheia de significado e importância, trazendo luz para fatos e detalhes que facilmente nos escapam. Nunca os pule ou leia-os fora de ordem.
O posfácio de Rodrigo Kmiecik é um destes textos fundamentais. Por estar após a novela, ele nos promove um sentido ainda maior da mesma, e garanto que após sua leitura, será impossível não querer voltar e reler a novela de Machen.
Kmiecik faz uma análise cirúrgica não apenas sobre o autor, mas também sobre O Grande Deus Pã. Ele revela ainda as ligações importantes entre os fatos da vida de Machen e como foram eternizados na história. Inegavelmente o escritor brinca com seu leitor através de uma simbologia riquíssima.
Dos contos extras, apesar de interessantes, não trazem nada excepcional. Você verá em cada um os detalhes que mencionei acima que são válidos por serem mais duas pequenas obras traduzidas.
Considerações finais
O leitor de terror moderno que limita seu leque de leituras a Stephen King, Neil Gaiman, Guillermo Del Toro entre outros, desconhecem como Arthur Machen os influenciou. Certamente já vale conhecer sua obra.
Mas a influência de Machen é maior e mais poderosa e chega em autores como H. P. Lovecraft, por exemplo. A novela O Horror em Dunwich é inspirada diretamente em O Grande Deus Pã. O posfácio de Kmiecik mostrará mais obras influenciadas pelo galês.
Se você não conhece Arthur Machen esta obra lhe garantirá um acerto em seu currículo de leitor de horror. Mas fique atento às sombras, pois elas estão de olho em você.
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