Lugar Nenhum, de Neil Gaiman

Uma nova experiência de leitura

Posso resumir que ler Lugar Nenhum, de Neil Gaiman, foi certamente uma nova experiência de leitura, pois a história ganhou uma outra proporção em minha cabeça. Já tinha lido a história quando saiu adaptada para quadrinhos. Esta publicação no Brasil aconteceu em capítulos, na Revista Vertigo (se não estou enganado, mas se estiver me conta ai). 

Li em formato digital, que infelizmente não traz qualquer informação sobre o tradutor. A publicação é da Editora Intrínseca. Para quem gosta de uma excelente fantasia urbana, não perca a oportunidade de conhecer este livro. 

[Atualização em 04/11/2021 10:20] Conversando com o Fábio M. Barreto, descobri que ele foi o tradutor da obra.

Um mundo à parte daquele que conhecemos 

O autor nos apresenta a vida bem pacata e apagada de Richard Mayhew. Em Londres, ele vive à sombra de sua noiva que dita os rumos de sua vida sem que ele possa ou sequer pensem em querer fazer algo para mudar essa situação. 

Quando uma menina de pele muito branca e cabelos ruivos aparece para machucada em seu caminho, tudo muda de uma forma um tanto quanto maluca. 

Neil Gaiman trabalha o argumento da invisibilidade social para nos mostrar a Londres debaixo. Eleria desta maneira dois locais distintos, onde os habitantes de cima ignoram por completo a existência dos seres do subterrâneo. 

Através do enredo fantástico, ele trabalha toda uma sociedade que vive dos restos que são esquecidos da Londres de cima. Não existe dinheiro ali e o escambo é a forma que rege o comércio de tudo: comida, itens, serviços e favores. 

Mas quem é esta menina? Como pode existir todo um mundo à parte do que conhecemos? Qual o real valor das coisas em nossas vidas? Qual o sentido de nossas vidas afinal? Estas perguntas e muitas outras vão surgindo em uma história incrível. 

Considerações finais 

Em resumo, acredito que dos poucos livros que li de Neil Gaiman, Lugar Nenhum sem dúvida alguma é um dos melhores. A proposta do livro de usar um sintoma de nossa sociedade capitalista como fator gerador do fantástico é brilhante, para falar no mínimo. 

A segregação social está ali e podemos olhar com atenção ou não. O livro certamente agradará independente da preocupação social embutida. Fica minha indicação reforçada para sua leitura. 

Devo dizer que através dele percebi que gosto muito de fantasias urbanas. Talvez pelo fato de  elas serem próximas a mim enquanto indivíduo e enquanto sonhador. 

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