Como começou o Arkham Horror Files?
A criação do Arkham Horror Files é certamente uma grande sacada da empresa estadunidense de board games Fantasy Flight e hoje vamos entender como tudo começou. O termo foi criado para reunir todos os produtos que tem como tema os Mitos de Cthulhu. Isso inclui seus board games (jogos de tabuleiro e de cartas), além de acessórios e inclusive livros. Se você gosta de jogos, fique conosco nesta viagem que vai te apresentar vários board games antigos e atuais, todos na temática do horror.

Um dos fatores mais interessantes é que os investigadores que aparecem nos jogos, são os mesmos desde sua criação. O que vai variar mesmo é a regra de cada jogo e as habilidades de cada um, mas sempre mantendo uma proximidade com a história do personagem. Esta estratégia permitiu que os jogadores se familiarizassem com cada personagem, criando não apenas uma identificação com cada um deles, mas também um sentido de linearidade, que atrai muito e fideliza.

Este artigo é o primeiro de uma série que vai contar um pouco da história destes jogos da Fantasy Flight. Vamos falar dos primórdios, assim como da evolução desses board games e seus personagens. Nos acompanhe e venha saber mais sobre uma das séries de maior sucesso dentro da indústria dos board games mundiais.
Quem é a Fantasy Flight Games?
Com sede em Roseville, Minnesota, a Fantasy Flight atualmente é responsável por uma gama enorme de board games que estão no mercado. Em seu portfólio estão franquias famosas como Star Wars, Marvel, Senhor dos Anéis, Legends of Five Rings e alguns jogos temáticos que possuem uma legião de fãs, que compram e consomem desesperadamente tudo que é relacionado. No caso deste artigo, falaremos apenas dos produtos relacionados aos Mitos de Cthulhu.
No Brasil a representante autorizada é a Galápagos Jogos. Muitos dos board games que vamos comentar aqui são encontrados em sites especializados e deixamos como uma boa indicação a loja Taverna Real. Ademais, escolha sua loja e faça suas compras.
Um pouco de história sobre estes jogos!
Para darmos ideia de como a estratégia da Fantasy Flight deu certo, criando esta legião de jogadores e fãs, primeiramente temos de fazer uma pequena viagem pelos jogos que ela lançou.
Comecemos então lá na década de 80, em um jogo que ainda hoje tem seu título ecoando na mente de inúmeros jogadores: Arkham Horror! Entretanto, o que poucos sabem é que o início desta família de jogos se dá em outra empresa: a Chaosium, famosa pelos seus RPGs, e não na Fantasy Flight.
Arkham Horror – a pedra fundamental
Em 1987 surge o jogo de tabuleiro Arkham Horror, dos game designers Richard Launius, Lynn Willis, Sandy Petersen e Charlie Krank, publicado pela Chaosium. Utilizando o tema dos Mitos de Cthulhu e baseando-se no Call of Cthulhu, o famoso RPG (agora publicado no Brasil pela Editora New Order, lindo demais por sinal e certamente muito bem feito).

Nesse jogo um grupo de investigadores, cada qual com suas habilidades e talentos próprios, busca cooperativamente impedir que um dos grandes anciões acorde e destrua nossa realidade. Este pequeno resumo ainda define a maioria dos jogos e vale comentar que até hoje temos os mesmos investigadores sendo utilizados, o que é certamente sensacional, criando assim uma memória afetiva nos jogadores!

Observem que cada investigador já possui pontos de Sanidade e Força (que posteriormente se tornaram pontos de Vida). Essas características se tornam uma marca não só deste jogo, como dos que surgem posteriormente. A derrocada dos jogadores se dá sempre através da loucura ou a incapacidade física (que pode ser traduzida pela morte do personagem também).
A cidade de Arkham é o cenário da loucura!
No tabuleiro temos a cidade fictícia de Arkham, criada por H. P. Lovecraft, como palco de todas as histórias. A influência do autor em todos os jogos é explícita. No tabuleiro temos os recantos da cidade e os caminhos onde os jogadores farão as suas ações, buscando assim impedir o ritual que pretende trazer um Ancião à nossa realidade.

Desta forma o jogo cria a sensação de se estar na cidade, correndo por seus vários locais, buscando assim adquirir itens, dinheiro e conhecimento que te ajude na tarefa de salvar o mundo.
Esse jogo estabelece os moldes nos quais seus descendentes vão se basear continuamente, mudando apenas o sistema de regras, peças e visual. Além da premissa de horror, sempre temos uma corrida contra o tempo para a resolução do desafio, incluindo encontro com monstros e o surgimento de eventos negativos pelo decorrer do jogo, que dificultam bastante a solução.
A dificuldade extrema – uma marca do jogo
Outra característica é a dificuldade do jogo, mas isso se dá tanto pelo estilo cooperativo do jogo como pelo tema em si. Este board game e seus descendentes são sempre muito difíceis de se ganhar, alguns chegando a extremos de dificuldade, criando assim uma mística em torno das partidas. Confesso que eu particularmente adoro esta característica pois ela ajuda na imersão.
A dificuldade, que para alguns é um dos melhores temperos do jogo, para outros é seu maior pecado. Outro ponto no qual muitos jogadores reclamam é a duração de uma partida, podendo facilmente alcançar três ou quatro horas, quando não passam muito deste tempo. Os fãs defendem que o tempo é necessário e nem sentido, visto a história que está sendo contada enquanto quem não gosta reclama da demora. Um jogo que certamente divide opiniões e que acabou sendo descontinuado em 1991, mas deixou sua marca.
Qual o próximo passo?
Acabamos de arranhar um iceberg sinistro e enorme. Do Arkham Horror First Edition, outros jogos surgiram e os lançamentos não pararam mais. Podemos adiantar que a Fantasy Flight, percebendo o potencial do tema, adquire a marca e parte na criação de inúmeros títulos.

Mas isso vamos contar no artigo da próxima semana, intitulado Arkham Horror Files – Os primeiros jogos, como cada um dos jogos foi somando mais e mais à uma das mais aclamadas séries de jogos do mercado. Ainda que sejam jogos descontinuados, é legal saber que existiram.
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