Arkham Horror Files – Os primeiros jogos

Sob nova direção!

Se o sucesso do board game Arkham Horror, da Chaosium, já não bastasse, a Fantasy Flight compra os direitos e começa a lançar seus primeiros jogos na temática do Mito do Cthulhu e iniciando assim a série Arkham Horror Files. Isso nós vimos no artigo anterior intitulado Arkham Horror – Como tudo começou? e se não leu ainda, indico bastante a leitura.

Arkham Horror Files - Logo - Fantasy Flight Games
Logo do Arkham Horror Files, da Fantasy Flight Games

Agora vamos falar dos primeiros títulos lançados, dando prosseguimento a história da série.

Os jogos que surgiram depois

Arkham Horror Second Edition

Em 2005, a Fantasy Flight, nova detentora dos direitos de publicação, lança a segunda versão do Arkham Horror, criado pelos game designers Richard Launius e Kevin Wilson. Todo renovado e aprimorado, o jogo volta às mesas como um dos jogos mais difíceis já criados.

Arkham Horror Second Edition - Richard Launius - Kevin Wilson - Fantasy Flight
Arkham Horror Second Edition, da Fantasy Flight

Diferente do seu antecessor esse jogo teve várias expansões. Entretanto você não consegue jogar com todas as expansões juntas e existe até um arquivo mostrando uma matriz de compatibilidade para que se possa experimentar cada uma delas.

Artes novas para os lançamentos

Todas as artes foram refeitas para o lançamento do Arkham Horror Second Edition. A Fantasy Flight inicia dessa maneira a criação de um banco de imagens. A utilização destas imagens, não só por este jogo, assim como os posteriores da linha, ilustrarão investigadores, monstros, itens, cenas e muito mais. Isso cria uma memória visual e afetiva que ajuda a fundamentar ainda mais este universo particular. O tabuleiro também foi todo refeito, como você pode ver abaixo:

Arkham Horror Second Editon - Tabuleiro - Fantasy Flight
Tabuleiro do Arkham Horror Second Editon, da Fantasy Flight

Novos investigadores

Os investigadores são os mesmos com adição de vários outros, aumentando o panteão. Nesta edição eles tem vários outros elementos, assim como habilidades únicas que vão criar uma marca pessoal em cada um deles que vai se perpetuar para os jogos seguintes.

Arkham Horror Second Editon - Personagem - Fantasy Flight
Ficha da personagem Jenny Barnes

A ficha de cada investigador aumenta em informação, trazendo também uma pequena nota biográfica. Os jogadores dessa maneira sabem de alguns detalhes da vida dos personagens, o que cria uma identificação direta com cada um deles. Agora você não escolhe um peão colorido e sim um personagem com nome e história e isso faz toda a diferença.

Eu ainda encontro este jogo?

Este jogo você ainda consegue encontrar à venda, em sites como Mercado Livre e eBay, ou das mãos de outros jogadores. Não existe versão em português, apesar de existir em outras línguas. Vale salientar que é um jogo antigo e com regras complexas e burocráticas e encontra-se descontinuado.

Call of Cthulhu: The Card Game

Em 2008, a Fantasy Flight lança o Call of Cthulhu: The Card Game, dos game designers Nate French e Eric M. Lang (este último, bem conhecido dos brasileiros atualmente com vários jogos também lançados no mercado nacional), depois de conseguir os direitos de publicação da Chaosium. Totalmente baseado no RPG Call of Cthulhu, da Chaosium, assim como no Mito do Cthulhu, nele jogam apenas dois jogadores (existem regras não oficiais para jogos com três e quatro jogadores) buscando solucionar três histórias.

Call of Cthulhu Card Game - Nate French - Eric M Lang - Fantasy Flight
Call of Cthulhu Card Game, da Fantasy Flight

Neste jogo o cenário não está definido, podendo acontecer em locais conhecidos, em dimensões desconhecidas e até mesmo outros mundos. As cartas acabam ditando bastante sobre o cenário, que acaba sendo meramente ilustrativo e certamente ajuda na imersão.

Um jogo de vários naipes

Cada jogador monta um baralho e assume o papel de um líder com interesses e agendas completamente pessoais. As cartas têm seis cores que representam facções distintas que funcionam como um naipe. Misturando essas facções (em até três por vez), se cria um baralho de normalmente 60 cartas. As cartas representam tanto habilidades, itens e conhecimentos, como capangas, seres, monstros e até mesmo Anciãos (Old Ones).

Call of Cthulhu Card Game - Cards - Fantasy Flight
Várias destas imagens são usadas até hoje nos jogos mais recentes.

É possível jogar com os monstros, sendo isso um diferencial à época. Você pode criar um baralho de Deep Ones para desafiar um outro baralho do The Syndicate (uma máfia que conhece os segredos ocultos). Ou você monta um baralho baseado em palavras chave (keywords) como Servant, Government ou Cultist, dentre muitas outras. Montar o baralho definitivamente faz parte do jogo e a habilidade nessa criação define em muito a sua vitória.

Antes do LCG existia o CCG

O Call of Cthulhu: The Card Game veio de um jogo chamado Call of Cthulhu: Collectible Card Game (criado em 2004 por Eric M. Lang), que seguia o modelo CCG (Collectible Card Game) usado em muitos outros jogos pelo mercado, como o famoso Magic: The Gathering. Nesse modelo você só obtém novas cartas através da compra de pacotes avulsos. Nesses pacotes você teria uma determinada distribuição de raridade entre as cartas que vinham na sorte, como em um álbum de figurinhas.

Em 2008 a Fantasy Flight muda seu formato para o LCG (Living Card Game) onde em cada expansão você sabe exatamente o que vai comprar, diferente do modelo do pacote de figurinhas anterior. Uma expansão agora tem uma caixa principal, normalmente chamada deluxe com pacotes de expansão limitados. Após o lançamento da caixa principal da expansão os pacotes menores vão sendo lançados mês a mês. Com isso os jogadores vão mantendo suas coleções aos poucos, sabendo exatamente o que estão comprando. Este modelo se torna um enorme sucesso, utilizado não somente nesse jogo mas em vários outros da Fantasy Flight!

Eu ainda encontro este jogo?

Você ainda o encontra à venda em sites como Mercado Livre e eBay e das mãos de outros jogadores, todos possivelmente cópias usadas e em inglês, visto que não existe versão em português. Descontinuado em 2015, depois de anos de uma história de sucesso absoluto, tendo tido inclusive campeonatos mundiais!

Elder Sign

Em 2011 surge o Elder Sign, criado pelos designers Richard Launius e Kelvin Wilson, um jogo sem dúvida alguma bem diferente dos anteriores. Desta vez, ao invés de estar andando pela cidade de Arkham, você está dentro de um museu onde várias ocorrências sinistras começam a surgir. Cada carta corresponde a um desafio e o tempo é dessa maneira fator chave para o sucesso.

Elder Sign - Fantasy Flight
Elder Sign, da Fantasy Flight

Ele utiliza alguns dados cheios de símbolos e o jogador precisa rolar e conseguir determinadas combinações. Além disso a ativação de poderes também pode auxiliar para a superação dos desafios.


Componentes do Elder Sign

Outra diferença dele para os jogos anteriores é o tempo de jogo. Suas partidas são mais rápidas e ele nitidamente foi criado como um jogo de entrada para novos jogadores, visto que o quesito tempo da partida não assusta mais. Ademais existe um aplicativo deste jogo para celular que é muito bem feito e vale ser experimentado.

Eu ainda encontro este jogo?

Da mesma forma que o anterior, você ainda o encontra à venda em alguma loja mas terá de garimpar bem e em sites como Mercado Livre e eBay e das mãos de outros jogadores, todos possivelmente cópias usadas em inglês ou português. Lançado no Brasil pela Galápagos Jogos, ele possui várias expansões que ainda estão à venda. De todos os jogos da série é certamente o que menos gosto.

Mansions of Madness

Ainda em 2011 eles lançam o incrível Mansions of Madness, criado pelo designer Corey Konieczka. A inovação agora foi enorme e o cenário é uma mansão completamente modular, onde estranhos acontecimentos levam os investigadores a se deparar com o sobrenatural. Os personagens deixam de ser peças e se tornam miniaturas. O mesmo acontece com os monstros, criando uma abstração em 3D que inegavelmente é fantástica!

Mansions of Madness First Edition - Fantasy Flight
Mansions of Madness First Edition – Fantasy Flight

Cada cenário traz uma proposta única de mansão ou casa. Agora temos não apenas cenários internos, como também externos, passagens subterrâneas, itens espalhados e pistas. A única coisa que não temos são ações o bastante para realizar tudo, criando assim uma enorme pressão nos jogadores.

O jogo ainda continua demorado em tempo, mas consegue construir uma atmosfera incrível de medo. Este foi o ponto que, sem dúvida alguma mais me impressionou, além do fato de cada cenário possuir alguns finais possíveis, o que aumenta bastante a rejogabilidade (capacidade de um jogo ser jogado diversas vezes sem acabar com suas possibilidades).

Mansions of Madness First Edition - Fantasy Flight
Detalhe do tabuleiro modular do Mansions of Madness

Ademais, aos investigadores é passado um pequeno resumo dos acontecimentos e a cada rodada, após a fase de ação deles, entra em cena uma fase que o mal comanda, na figura de um jogador específico. Este jogo teve acertos que vieram em pacotes, devido a erros do designer e mesmo assim era fantástico jogar cada partida.

Ele teve várias expansões, algumas baseadas em contos do H.P. Lovecraft como o clássico Reanimator. Sem dúvida alguma incrível.

O cooperativismo é a marca, porém…

Os board games se caracterizam de várias formas e uma delas é se eles são competitivos ou cooperativos. Os jogos do Arkham Horror Files são em sua esmagadora maioria cooperativos, ou seja, os jogadores trabalham juntos para ganhar. Entretanto existem casos onde isso não ocorre e este é o caso do Mansions of Madness First Edition.

Agora temos um jogo semi-cooperativo. Os investigadores jogam cooperativamente, porém temos a figura do Keeper, que faz a administração de todo o sobrenatural que ocorre na partida. Isto certamente cria uma camada de tensão enorme no jogo, deixando as partidas muito difíceis e disputadas.

Eu ainda encontro este jogo?

Certamente em sites como Mercado Livre e eBay e das mãos de outros jogadores, todos provavelmente cópias usadas em inglês. O jogo foi descontinuado, apesar de suas inúmeras expansões, uma melhor que a outra.

Qual o próximo passo?

Se você achou que eles pararam nestes jogos, você está enganado. A Fantasy Flight percebeu o filão que a franquia representa e apostou alto em novos títulos. A série ganhou novo gás e mais jogos, que iremos detalhar no próximo artigo intitulado Arkham Horror Files – Os jogos se aprimoram.

Está gostando da série? Me diz ai…

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4 comentários em “Arkham Horror Files – Os primeiros jogos

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