Contemplação, de Franz Kafka

Um autor que preciso ler mais

Me deparo com a belíssima edição de Contemplação, de Franz Kafka, e percebo que ele é um autor que pretendo e preciso certamente ler muito mais. Até então, li apenas Metamorfose, livro que preciso resenhar aqui no nosso blog. 

Terceira publicação da Editora Bandeirola, título da série Clássicos Vintage, tem como tradutor Marcus Tulius Franco Morais. O livro original data de 1912, sendo assim a estreia de Kafka como escritor, aos 29 anos. 

Um prefácio de Braulio Tavares 

Se uma obra possui algum texto de Braulio Tavares, cabe a nós leitores parar e ler. Braulio é, sem dúvida alguma, uma mente que precisa ser apreciada sempre. Seus textos são deliciosos de ler e com este não seria diferente. 

Com o título de Franz Kafka e Contemplação – O caminho ao lugar de sempre ou ao lugar nenhum, Braulio nos leva através de uma análise sobre o autor e sua visão de mundo. Ele coloca também alguns fatos históricos da vida de Kafka, criando dessa maneira um caminho convidativo ao leitor, que fica curioso de imediato. 

Ademais, termino a leitura do prefácio imaginando a sorte de termos um homem como Braulio, dono de um pensamento primoroso e um manancial cultural vasto, falando de outro ser humano completamente único, como Kafka. Fica aqui meus agradecimentos à Editora Bandeirola por proporcionar tal encontro singular. 

A Contemplação 

O livro traz ainda uma surpresa ao leitor, pois é bilíngue. Aqueles com domínio do alemão poderão ler o texto original e comparar com a tradução assinada por Marcus Tulius Franco Morais. 

São no total dezoito narrativas breves que trazem de tudo, do cotidiano ao insólito. Além disso, os textos estão ornamentados com desenhos originais do próprio Kafka, o que cria inegavelmente uma aura fantástica e atemporal. 

Por isso, facilmente percebemos um homem que é antes de tudo um observador do que o cerca. O mundo é sua fonte inesgotável e seus olhos capturam momentos, tecendo junto comentários, fragmentos e alegorias que congelam eternamente seu olhar. 

Considerações finais 

Em suma, temos nesta obra uma pequena pérola que nos apresenta um dos mais importantes escritores do século XX. Temos ali uma valiosa licença de podermos ver pelos seus olhos. O que faremos com o que nos é mostrado, cabe a cada um de nós definir e sentir. Kafka apenas nos entrega uma coletânea de pequenos e ricos olhares. 

Ao final temos o excelente posfácio Tradução, Tradutor, de Marcus Tulius Franco Morais. Um texto que além de analisar a obra textual, traz lampejos do processo de tradução, sempre fantástico na minha opinião. Certamente precisamos valorizar muito nossos tradutores!

Atreva-se a olhar junto com ele. Será certamente especial.

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