Como é prazeroso ler um excelente livro
Ao terminar de ler Semente Originária – Volume 1, de Octavia Butler, estava inegavelmente maravilhado! Virei para minha namorada, eufórico, e apenas disse isso: “Como é bom ler um livro excelente assim. Que livro! Ual!” Fiquei ali dessa maneira, por alguns minutos, perplexo.
Publicação da Editora Morro Branco, que carinhosamente nos mandou um exemplar, vejo que fiz bem em começar o ano lendo um livro de Octavia. A tradução desta obra foi feita por Heci Regina Candiani.
A empatia é o poder absoluto
A história inicia apresentando seus dois protagonistas: Doro e Anyanwu. Doro é um imortal de 4 mil anos de idade, que vive em uma tarefa sem fim de reunir pessoas com dons superiores, reproduzindo-os em busca de uma linhagem perfeita. Ele não possui compaixão e executa seu trabalho com mão de ferro. Temido, venerado e respeitado, nada o abala ou faz mudar suas decisões. Mudando de corpos ao seu bel prazer, a vida para ele é algo efêmero.
Anyanwu é uma semente original ou por definição uma pessoa que possui dons além da compreensão humana. Vivendo a mais de 300 anos, permaneceu como curandeira para seu povo, que apesar de desconfiar de sua magia, entende que ela é importante. Seu corpo é dotado de poderes especiais que lhe permitem ser o que deseja. Suas mudanças seguem não só pelos traços físicos, assim como sexuais, chegando a sintonia perfeita com a natureza.
Tudo muda quando ele a encontra e desta aproximação, a vida de ambos é posta à prova através dos tempos. Como lados de uma moeda, eles se digladiam, lutam, amam e buscam de alguma maneira entender seu lugar no mundo.
Octavia brinca com as camadas do texto
Como já esperava, o texto de Octavia é rico e cheio de reflexões. Se Doro é a personificação do poder masculino, duro, cruel e egoísta, Anyanwu é a idealização do poder feminino, forte, livre e acolhedora.
Suas nuances particulares entram em conflito e desta situação acabamos refletindo sobre a natureza humana. A autora ainda nos leva a imaginar cada um deles trocando e experimentando, infinitamente, enquanto são muito mais do que apenas homens e mulheres.
No cerne de seu embate estão a empatia, o respeito, a liberdade e a aceitação. Um livro que te leva por séculos de uma convivência imortal que compartilha a mortalidade de seus entes mais próximos e o sofrimento por suas perdas. Qual o real valor de uma vida?
Considerações finais
Em conclusão, um livro necessário em tempos tão egoístas. A mente afiada de Octavia E. Butler a elevou ao patamar imortal e atemporal. Ela senta conosco e conta sua história e é esta sensação que tenho assim que leio cada livro dela.
Considerada a mãe do afrofuturismo, suas concepções de personagens e a forma como traz para o leitor questões cruciais da esfera humana, lhe dão espaço especial e único no rol das grandes mentes da literatura.
Se querem um conselho: leiam muito Octavia E. Butler e se permitam antes de tudo ousar. Ela faz isso a cada livro, convidando o leitor a seguir com ela em uma viagem única, importante e inesquecível.
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