Mais um desafio assustador
Tenho de admitir que a cada nova aventura de Dylan Dog, como esta intitulada O homem dos seus sonhos, fico cada vez mais fã do personagem. Não leio a série na ordem, pois não vi uma linha narrativa cronológica, como Mágico Vento por exemplo. Gosto dessa liberdade de leitura, visto que já acompanho Júlia Kendall e o xamã indígena.
Com roteiro de Paola Barbato e arte de Paolo Martinello, este volume é o número 17 da Nova Série do personagem, publicada no Brasil pela Mythos Editora. Aproveitando que já comentamos sobre a arte de Martinello, reforço que ela impressiona demais pelos traços fortes e a atmosfera escura e densa que cria. Certamente foi uma escolha bastante acertada dado o roteiro tenso.
O Sonhar é uma terra inóspita
Particularmente eu gosto de enredos que trabalham o Sonhar ou a Terra dos Sonhos – chame-a como quiser – como uma terra perigosa e cheia de armadilhas. Muitos autores trabalham isso de inúmeras formas e podemos citar tanto os nomes antigos como Lewis Carroll e H.P. Lovecraft, quanto os mais atuais, dentre eles Neil Gaiman, por exemplo. Isso mostra como as terras oníricas exercem fascínio na mente de tantos.
Nesta aventura em particular, Dylan Dog é a última esperança de uma cliente com quem acaba tendo um romance. Impedida de dormir pelo medo de um sonho que recorrentemente volta, ela se vê mais e mais debilitada pela privação do sono. Sem saber muito como agir, o investigador particular começa a tentar chegar na causa deste pesadelo.
O que nosso protagonista não imagina é que ao final, terá pago um preço muito maior do que deveria e só caberá a ele saber.
Considerações finais
É curioso como o universo do personagem se enriquece a cada volume que eu leio. Seu tom é mais leve do que o de outros personagens como John Constantine, mas igualmente fascinante. Sempre gosto de lembrar que nos quadrinhos italianos (também chamados de fumettis), os personagens são desenhados sobre a imagem de atores famosos. Confesso que sou péssimo com fisionomias de artistas, mas fico imaginando que seja um barato identificar cada pessoa.
Podemos ver uma inspiração no filme clássico A Hora do Pesadelo, mas ainda assim a história deriva para outro lado muito interessante também. Gosto bastante da plasticidade de personagens como Dylan Dog e indico a leitura para quem quer um passatempo agradável, não tão pesado, ainda que traga sua dose bem colocada de tensão.
Conhecia este quadrinho? Me conta aí…
Confira o que já resenhamos de Dylan Dog, tanto aqui no blog, como lá na Caverna do Caruso.
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