O mal agora é eletrônico!
Os board games da franquia Arkham Horror Files já estavam fazendo um enorme sucesso quando a Fantasy Flight anuncia a segunda edição do jogo Mansions of Madness. Como você pode imaginar o anúncio deixou os fãs ficaram em polvorosa. Se a primeira edição já agradava, com todos os problemas que tinha, o que teríamos de novidades em um novo lançamento? Foi quando avisaram que agora o keeper, ou aquele jogador responsável pela representação do mal na casa, não era mais um humano e sim um aplicativo! Isto certamente dividiu opiniões e até hoje é um tópico discutido.

Este é o quarto artigo da série Arkham Horror Files e caso não tenha lido nossos artigos anteriores, basta clicar nos links abaixo:
Hoje vamos falar exclusivamente do board game Mansions of Madness Second Edition, dando continuidade a história da série e de como ela toma novos rumos após este jogo.
Um novo inimigo, agora computacional
Conforme vimos no artigo Os primeiros jogos, o board game Mansions of Madness já trazia uma dinâmica inovadora aos jogadores, colocando-os dentro de uma casa mal assombrada. Criando um ambiente 3D, o jogo dava à um dos jogadores a função de personificar o mal da casa.
Passados então cinco anos, em 2016 a Fantasy Flight anuncia o lançamento do board game Mansions of Madness Second Edition. Com isso este foi o seu primeiro jogo da franquia que unia o caráter online de um aplicativo ao mundo offline dos board games. Esta decisão criou por isso várias discussões sobre a validade da iniciativa.

Criado pela designer Nikki Valens, o jogo dá início a um novo marco dentro da franquia, unindo dessa maneira o tabuleiro de mesa a um aplicativo gratuito que agora faz as vezes de keeper, sendo então mal da casa mal assombrada.
O aplicativo
O jogo muda e agora comporta cinco jogadores que vão personificar os investigadores (antes eram apenas quatro investigadores). Cada jogador portanto deve escolher um personagem dentre os já conhecidos, pegar a sua miniatura e escolher o cenário que pretendem enfrentar.

Cada cenário é avaliado com elder signs para mostrar a dificuldade daquela partida, numa escala que vai de 1 à 5. Uma vez escolhido o cenário, o aplicativo vai perguntando e também fornecendo informações aos jogadores. Inicialmente eles devem indicar os personagens que vão usar e assim o aplicativo vai mostrar quais são os itens iniciais que ficam disponíveis para os jogadores. Esta já é uma mudança em relação à primeira edição, visto que a escolha de quem ficará com o que, cabe aos jogadores decidirem.

O processo todo não demora muito. Na versão em inglês, a Introdução vem com uma narração em áudio do texto inicial, o que é sensacional e inegavelmente aumenta a imersão. Na versão em português a narração é inglês infelizmente. Todos os objetos da partida vão sendo dessa maneira mostrados aos jogadores, que ficam com a responsabilidade de interagir com o mapa mostrado na tela.

O aplicativo contém uma área que pode mostrar aos jogadores as várias decisões que foram tomadas, para consulta. Os antigos testes da primeira versão agora ficaram muito mais elaborados e interessantes, ficando o histórico do que foi feito até então, caso não sejam solucionados.
A investigação começa no escuro
Diferente da primeira versão, que a mansão já estava toda aberta sobre a mesa, nesta versão você começa normalmente em apenas um tile. O termo tile, da tradução do inglês ladrilho, é uma parte da mansão, seja uma sala, um corredor, um jardim ou o que você possa imaginar. O aplicativo vai indicando aos jogadores que tiles devem ser colocados na mesa e em que posição, assim como indicando com marcadores de Interrogação e de Exclamação quais são os pontos de interesse dentro de cada área.
O aplicativo vai informar onde os inimigos aparecem, porém não vai mostrar eles na tela. Fiquem atentos para não se perder. Não existem recursos de voltar atrás após uma seleção errada ter sido feita. Esta é ao meu ver uma falha no aplicativo, mas que certamente não atrapalha tanto se os jogadores estiverem atentos.
Não existe uma auditoria do jogo sobre o que os jogadores estão fazendo de certo ou errado. Vale lembrar que isso é um jogo e foi feito para entreter. Jogar certo é uma premissa tão básica que não deveria ser preciso lembrar dela.
Nossos velhos conhecidos personagens
Seguindo a premissa de toda a franquia, os investigadores assumem o papel de personagens já bem conhecidos dos jogadores. Ainda que mantenham uma ideia básica comum, obviamente os poderes de cada um estão dessa maneira adequados ao jogo. Além disso, atrás de cada carta de personagem, um resumo de sua história pode ser lido, o que é sempre interessante tanto para lembrar, ou para conhecer.

Ademais, uma outra diferença nesta versão está na derrota de um personagem sela o destino dos demais jogadores e todos perdem o jogo juntos. Assim que um personagem cai pela primeira vez ao receber marcadores em número igual ao que possui de vitalidade ou de sanidade, ele recebe uma carta de Ferido (Wounded) ou Insano (Insane), respectiva.

No caso da carta de Ferido, ele possui uma restrição de movimento e se mais uma vez sofrer dano igual ao total marcado de Vida na sua carta de personagem, ele está eliminado. No caso da carta Insano, se o mesmo ocorrer com Sanidade, ele também estará eliminado.
Entretanto existe um porém bem legal. Ao receber a carta de Insano, o jogador deverá ler o seu verso. Ali constam indicações precisas de como ele deve agir no cenário ou mesmo em qual condição ele poderá ganhar. Tenham certeza que esta é uma das partes mais divertidas do jogo pois esta informação da insanidade do jogador é sigilosa e cria uma atmosfera de desconfiança e medo, ou então de muitas risadas. Apenas no caso de uma derrota de um dos personagens, os jogadores devem informar no aplicativo esta ocorrência e terão apenas mais um round para fechar a investigação.
Fases e ações
Assim como sua antiga versão o jogo possui duas fases, sendo elas a Fase dos Investigadores e a Fase do Mito. Os jogadores utilizam suas duas ações, sem que precisem jogar em uma ordem definida. Apenas precisam gastar as duas ações quando for a sua vez de jogar. Terminadas todas as ações possíveis, eles clicam na Fase do Mito e o aplicativo atua pelo mal.
Como não falar das expansões?
Todos os jogos desta franquia são famosos não apenas pelos seus títulos, assim como por suas expansões. Na segunda edição do Mansions of Madness não seria diferente. Ele conta até agora com um total de cinco expansões que trazem novos tiles, personagens, cartas, monstros e cenários. Tenha certeza que elas somam muito positivamente ao jogo como um todo.



Lista das Expansões
As expansões do Mansions of Madness em ordem cronológica são (títulos em português):
- Ruas de Arkham (2017)
- Além Do Limiar (2017)
- Santuário do Crepúsculo (2018)
- Jornadas Macabras (2018)
- Caminho da Serpente (2019)
Algumas delas estão esgotadas em português e você terá de garimpar em sites especializados que possuam anúncios de venda ou esperar que elas sejam reimpressas. Todas elas estão disponíveis em inglês. Eu desaconselho misturar versões que estejam em línguas diferentes pois dará aos jogadores um trabalho adicional de entendimento dos termos traduzidos.
Compatibilidade entre a primeira e a segunda edição
Um fato interessante é que a Fantasy Flight pensou nos jogadores que já tinham a primeira edição do jogo. Para não perdessem o investimento que tinham feito, eles podem marcar no aplicativo exatamente o que possuem do jogo antigo e assim utilizar os tiles destas versões. Na caixa do Mansions of Madness Second Edition vem uma pequena expansão com as cartas dos personagens, garantindo assim a jogabilidade. Além disso, como bônus, o jogo entrega mais uma versão de cada mansão. Sensacional!


Se isso já não fosse inegavelmente bom, os novos jogadores também foram lembrados. Eles podem comprar o mesmo que os jogadores donos da primeira versão do Mansions of Madness tinham através de duas expansões especiais chamadas Pesadelos Recorrentes e Memórias Reprimidas (vide imagens acima). Estas duas expansões estão esgotadas em português, mas quem sabe não sejam relançadas em algum momento.
Ademais, além desta compatibilidade e das expansões, o jogo ainda possui DLC’s. A sigla DLC significa em inglês Downloadable Content e são cenários que você compra avulso, ainda que tragam pré-requisitos como ter determinada expansão, para serem jogados. Isso aumenta ainda mais a rejogabilidade do jogo.
Eu ainda encontro este jogo?
Sim, este jogo está sendo comercializado e deixei links para todas as expansões, assim como para a caixa básica. O que não tem link de venda, você terá de procurar em sites especializados, no Mercado Livre, no eBay ou através de versões de segunda mão de outros jogadores. Deixo aqui a indicação da loja especializada Taverna Real para que você realize sua compra.
Qual o próximo passo?
Este é um outro jogo que joguei bastante e que certamente gosto muito. Suas partidas são demoradas, detalhe comum da franquia, mas felizmente o aplicativo possui um mecanismo de salvamento, permitindo que assim você retome o jogo posteriormente.
Eu possuo o jogo, como fã da franquia e viciado que sou, mas não tenho todas as expansões ainda. Como minha versão está em inglês, tenho de comprar as caixas que faltam, que não são baratas.
No próximo tópico da série Arkham Horror Files vamos falar de outro jogo inegavelmente viciante que aproxima a experiência do board game ao jogos de RPG! Nos vemos próximo artigo intitulado Arkham Horror Files – Arkham Horror LCG.
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Gosto bastante do clima que o jogo prove. Os cenários são bem interessantes!
Sim Jones. E ainda tem os DLCs