H.H. Holmes: Maligno – O Psicopata da Cidade Branca 

Escrito por Harold Schechter e lançado pela DarkSide Books, no selo Crime Scene, o livro H.H. Holmes: Maligno – O Psicopata da Cidade Branca trás a historia de um assassino em serie pouco conhecido no Brasil. Nesta segunda obra, traduzida por Eduardo Alves, o consagrado autor vai além de uma simples narrativa sobre os crimes de Holmes. Através de extensas pesquisas ele faz uma reconstituição da vida do assassino, de suas vitimas, bem como nos conduz pela rica historia de Chicago.

Pouco conhecido do púbico brasileiro, H.H. Holmes é considerado o primeiro assassino em série norte americano. Tendo inspirado diversos personagens na ficção como o sociopata James March no popular seriado American Horror Story. Holmes faz parte da historia de Chicago, tendo ultrapassado os limites de uma figura histórica e se tornado parte das lendas locais. Enquanto vamos conhecemos seus crimes acabamos entendendo como ele passou do mundano ao mito. Com assassinatos bizarros, sua história se aproximando mais de uma narrativa de terror, do que algo concebível no mundo real.

Para além de H.H. Holmes

O maior trunfo do autor, foi não ter se limitado a narrativa dos delitos diversificados de Holmes. Além dos múltiplos assassinatos, ele conta com extenso currículo criminal: bigamia, falsidade ideológica, fraudes. Certamente crimes não faltam em sua trajetória.

H.H. Holmes

Contudo, Schechter não se limita dessa maneira à figura de Holmes. Ele explora em profundidade a construção da cidade de Chicago, assim como aos principais acontecimentos históricos. Desta forma somos tragados para o ambiente e a época que construíram o assassino e entendemos como foi possível que seus atos passassem despercebidos, pelo menos por alguns anos.

Uma preocupação com as vítimas

Aliás, devo ressaltar, o meticuloso trabalho em relação a cada vítima retratada. Acima de tudo, como o autor não as descreve de passagem, o que diminuiria a existência delas, a narrativa se aprimora. Outrossim, ele se detém em quem eram, suas trajetórias e vidas, dando a elas um lugar, uma voz, sem as relegar a um simples fragmento. Portanto, ele as coloca em primeiro plano, dando a elas a dimensão humana, tão facilmente perdida quando se trabalha com livros de crime verdadeiros.

Por isso, devo confessar que ao ler este gênero, por vezes me sinto incomodada com a forma em que as vítimas são retratadas. Me passa a sensação de que mais uma vez estão sendo objetificadas. Desse modo, o cuidado do autor com cada uma delas me chama a atenção positivamente.

Fantástico demais para ser real

Como mencionado, Holmes transita entre a realidade e a lenda urbana. Isto se deve a sua fábrica de tortura e assassinato: seu próprio hotel. Ele planejou pessoalmente a planta e conhecia cada milímetro do lugar. Contratando diferentes equipes para construção de partes diferentes do prédio, nenhum operário, tinha a verdadeira dimensão ou entendimento do que estava construindo.

O hotel, hoje demolido.

O resultado final da construção era um verdadeiro parque de perversidade. Travestido de um hotel luxuoso, o prédio contava com câmaras secretas de tortura, cofres utilizados para matar ou guardar cadáveres, caldeiras para cremação e ainda uma instalação que despejava gás diretamente em alguns quartos.

Sua inauguração se deu junto ao inicio da Feira Mundial de Chicago em 1893. O evento, aguardado por todo país, era próximo do hotel, o que certamente, forneceu à ele muitas vítimas. Gostaria de apontar que não somente seus clientes encontraram a morte ali, como também seus empregados, os quais eram obrigados a fazer um seguro de vida, tendo Holmes como beneficiário. Não apenas se regozijava de matar, como também lucrava com isso. O ambicioso Holmes vendeu alguns esqueletos de suas vitimas, incluindo uma amante, para médicos locais.

Uma visão particular do autor

Gostaria de assinalar que o autor não é jornalista ou tem qualquer formação em ciências forense, psiquiátrica ou psicológica. Assim sendo, apesar de não haver nenhum erro ou dado falso, em alguns momentos é possível ver a opinião de Schechter impressa em seu texto. Isto não é um problema ou uma falha na obra, porém me vejo obrigada a deixar este aviso. Vocês irão esbarrar com declarações e adjetivos como: “diabo”; “monstro”; ” demônio” e afins, o que caracteriza o que falo.

Entretanto é importante deixar claro que não há nada demais no autor expressar suas opiniões. Inegavelmente o livro não tem qualquer pretensão de ser cientifico ou jornalístico. Igualmente não defendo os atos e ações de Holmes, e nem de qualquer assassino. Porém este tipo de declaração do autor me parece rasa e nos afasta do real problema: O que é a psicopatia? Como ela se desenvolve? Como lidar com ela? São questionamentos que me vejo obrigada a fazer com frequência, pois assassinos em série, são tanto objeto de estudo, de intervenção do judiciário, assim como da saúde.

Considerações finais

Como resultado, não é difícil compreender como ele se tornou essa figura que habitava o imaginário popular. Surpreendentemente, ele se mantém vivo na memória as pessoas inclusive através de diversos relatos atuais, pois continua assombrando quem pesquisa ou lê sua história. Dessa maneira, estejam avisados dos possíveis efeitos colaterais caso desejem conhecer à fundo sua história.

Harold Schecther

Em suma, H. H. Holmes: Maligno – O Psicopata da Cidade BrancaHarold Schechter definitivamente merece ser lido. Nesse livro você encontra a historia completa e recheada de detalhes. Irá ainda passear por Chicago e seus momentos históricos e poderá ter um vislumbre de outro ramo da psicologia forense, nem sempre explorado: a vitimologia.

Por fim, não poderia deixar de mencionar a edição do livro. Como de costume a DarkSide Books não poupou esforços em nos brindar com um livro lindo. Sua capa negra, com detalhes dourados, é só o inicio. A cada pagina você irá encontrar uma diagramação confortável e belas ilustrações.

Boa leitura e cuidado com o fantasma de H.H. Holmes!

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