Um livro que tenho há muito tempo
Eu olhava meu exemplar de Ficção de Polpa – Volume 1 e sabia que precisava falar dele em algum momento. Lançado em 2008, eu o adquiri e li em 2010. Sua capa, com ilustração de Gisele Oliveira, me fisgou completamente.
A obra é uma coletânea de dezesseis contos que presta homenagem aos antigos contos das Revistas Pulp. Organizado por Samir Machado de Machado e publicado pela Não Editora, este livro é dessa maneira um precursor do meu blog, que só fui inaugurar em 2019! Uma excelente leitura que certamente indico a todos.
A atmosfera pulp do início ao fim
Samir, além de organizador do livro também assina o projeto gráfico, a capa e a diagramação. A obra inegavelmente entrega uma experiência deliciosa. Primeiramente por sua capa, belíssima. Uma página interna traz alguns anúncios de época, o que aumenta assim a imersão. A contracapa segue por isso esta mesma estética vintage, dando uma ideia de que o livro é realmente velho. A capa é, na minha opinião, uma das mais bem feitas quando pensamos em uma simulação da estética pulp da época.
Minhas marcações antigas continuam valendo
Enquanto relia, fui no índice revisitar como eu estava avaliando as histórias em 2010, um leitor que marcava o que gostava com um simples ponto. Vários contos estavam lá com um pequeno ponto ao lado do título e resolvi perceber o que mudou do Gárgula de hoje para o de anos atrás.
Para minha surpresa, as marcações que fiz continuam valendo. Apenas me observo hoje mais maduro e outros contos me chamaram a atenção, como a história Linguista (de Rodrigo Rosp)..
Os contos ou até microcontos talvez, são muito rápidos e curtos. Optei por indicar apenas os que marquei e segue a lista:
- O homem que criava fábulas, de Samir Machado de Machado
- Carne, de Guilherme Smee
- Ventre, de Roberta Larini
- O desvio, de Antônio Xerxenesky
- Quando eles chegaram, de Rafael Bán Jacobsen
Alguns bônus bem interessantes
Ao final do livro temos uma faixa bônus com o conto O cão de caça, de H.P. Lovecraft, traduzido por Samir Machado de Machado e Rafael Spinelli.
Logo após, Gisele Oliveira nos conta como foi o processo de criação da capa, seguido por uma apresentação rápida dos escritores. Foi interessante viajar no tempo onde o horror ainda não tinha caído por completo no gosto do leitor brasileiro.
Considerações finais
Em conclusão, um livro que eu precisava falar, pois fez (e ainda faz) parte de minha formação como leitor. Muitos outros livros estão na mesma situação e espero aos poucos ir falando de todos eles.
Você ainda o encontra em sebos e na Amazon. Este primeiro volume inicia uma pequena coleção da qual já li o segundo volume apenas. Todas as capas e o projeto gráfico permanecem seguindo a mesma linha e para mim.
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Muito legal essa resenha! Lembro de ter comprado em 2008, época em que o mercado começava a se aquecer com o surgimento de novas editoras pequenas de literatura fantástica (a maioria não existe mais). Sei que gostei de alguns contos, de outros nem tanto, mas foi bom conhecer novos autores e novas vozes.
Exatamente ali eu percebi o poder de ler coletâneas. Talvez por estar mais maduro e com isso aproveitar melhor o livro. O projeto gráfico me deixou louco!